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Império Brasileiro Ontem e Hoje.

(Originalmente escrito em junho de 2017)

"Vista do Largo do Paço", de Jean-Baptiste Debret



O Brasil viveu três fases, cada uma com um tipo de governo. Foi colônia, império e, por fim, república. De todos os sistemas políticos, somente o último foi adotado através de um golpe de estado.



“Se o Brasil tiver a chance de rever sua estrutura de poder mais uma vez, que fique aqui registrado para todos o que somente poucos sábios registraram da história política, em 2500 anos: que a experiência greco-romana, a experiência norte-americana e a experiência do Brasil Império seja respeitada, e não descartada em nome de rótulos da moda”.


- Dom Luiz Philippe de Orleans e Bragança, membro da Casa Imperial Brasileira e mestre em ciência política pela Stanford University



Embora muitas das ideias políticas adotadas pelos monarquistas sejam compartilhadas pela maioria dos brasileiros, o reestabelecimento da monarquia propriamente dita - deposta em 1889 pelos republicanos e militares - sempre permaneceu como pauta, à margem nas manifestações políticas de cunho conservador e liberal que tomaram as ruas do Brasil entre 2014 e 2016. Já familiarizado com a existência de movimentos de rua, só fui de fato entrar em contato com eles em março de 2017, quando encontrei um grupo se manifestando na Avenida Paulista, em São Paulo.


Por algum tempo fui cético quanto ao movimento, me questionando se o retorno da monarquia como sistema político seria, de fato, uma boa alternativa para o país. Meu ceticismo, no entanto, andava de mãos dadas com minha falta de conhecimento histórico sobre o período monárquico. Um pouco de estudo foi suficiente para notar que a monarquia não está defasada, não é ultrapassada ou é sequer um modelo político ineficiente.


Alguns dos países de maior sucesso econômico e político são, nos dias de hoje, regidos por monarcas como Chefes de Estado. Inglaterra, Espanha e Japão são somente alguns exemplos. O Brasil, que foi explorado durante colônia e, porque não, também quando república, vislumbrou tempos de glória durante os anos em que imperadores governaram o país.


Como membro do grupo monarquista Brasil Real, tive a oportunidade de conhecer pessoas de todo o tipo, desde jovens a adultos. Participei de encontros em que eram discutidas pautas para disseminar o movimento, criar sites de comunicação, agendamento de encontros, festas de cunho monarquista e dai em diante.


Através destes encontros, formei amizade com membros do grupo e pude, então, entender melhor o que ser monarquista significa. Há muito por trás dos que defendem a volta deste sistema de governo. Os ideais de mudança propostos para o Brasil são abrangentes e complexos, e somente alguém já familiarizado com certos conceitos poderia ter facilidade de compreender. Admito que muito do que aprendi com eles foi novidade, enquanto outras ideias já me eram bem familiares. Acredito até mesmo que, se aplicadas tais ideias, o Brasil poderia presenciar grande desenvolvimento em curto período de tempo, com ou sem um monarca como Chefe de Estado. Entretanto, não podemos reduzir o papel de um imperador ou imperatriz a apenas um cargo simbólico no comando de um país, ou a alguém capaz de fazer reformas pontuais – ainda mais levando-se em conta que muitas das reformas aqui propostas são de responsabilidade política.


De qualquer forma, meu desejo aqui é compartilhar brevemente a situação em que se encontra a monarquia brasileira neste século, um breve resumo a respeito do movimento monarquista e, finalmente, aquilo que há de mais complexo e que julgo mais importante: os ideais compartilhados pelos membros da Família Real. Como tratarei posteriormente, não presumo saber todos as conceitos e ideais políticos de sequer um membro da família de Orléans e Bragança, o que dirá de todos os seus integrantes. Entretanto, como alguém que conviveu por certo tempo com muitos monarquistas, além de ter tido a chance de me encontrar pessoalmente com alguns dos membros da Casa Real, acredito que o que escreverei aqui, especialmente na parte das ideias, não seria tema de muita discordância entre eles. Portanto, comecemos pelo início.


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